A possível renovação da concessão da Energisa em Mato Grosso, por mais 30 anos, tem mobilizado parlamentares estaduais, que cobram maior transparência, participação popular e revisão dos termos contratuais. Os deputados Eduardo Botelho (União Brasil), Wilson Santos (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) Max Russi (PSB) afirmam que a AL não ficará de “braços cruzados” diante das reclamações da população e das falhas apontadas no serviço prestado pela Energisa.
Eduardo Botelho criticou a falta de diálogo. Segundo ele, a tentativa de renovação ocorreu sem ouvir a sociedade mato-grossense. “Nós não somos contra. Agora, o que nós somos contra é a forma, nós fomos lá em Brasília ontem, a surpresa que nós tivemos, que já estava em fase final já, sem nem consultar a população, sem nem fazer audiência pública, sem nem ouvir ninguém aqui. Isso é realmente um desrespeito total”.
Wilson Santos reforçou que a Energisa não vem cumprindo todas as cláusulas contratuais firmadas desde 1997. Para ele, o momento é de abrir a “caixa preta” da concessionária. “Nós queremos que a concessionária cumpra o que foi contratualizado. Infelizmente, a Energisa tem o histórico de passar por cima de cláusulas contratuais, e conosco não. Vamos correr Mato Grosso, ouvir consumidores, produtores, setor industrial, comercial, zona urbana, zona rural, e vamos fazer um dossiê, um raio-x do nível de insatisfação da população mato-grossense”.
Já Max Russi destacou que a Assembleia tem obrigação de liderar o debate e avaliar os impactos de uma renovação por mais três décadas. “Na hora de uma renovação, em que parâmetros que vai ser feita essa renovação, o que a população vai ganhar com isso ou só a empresa que vai ganhar? Não, a população também tem que ganhar”. Ele não descarta a criação de uma CPI para aprofundar as investigações.
O movimento dos parlamentares já resultou no compromisso do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de não decidir sobre a renovação ainda em 2025. “Ele nos concedeu esse prazo até o final de dezembro, para que a gente apresente contrarrazões, apresente contrapartidas”, afirmou Wilson Santos.
Enquanto isso, os deputados destacaram que a Assembleia se prepara para intensificar as audiências públicas e coletar denúncias de consumidores, no intuito de definir os rumos da concessão e garantir os interesses da população sobre os da empresa.