Festa do Peão em Peixoto de Azevedo é suspensa por gasto milionário com Zezé Di Camargo e Naiara Azevedo
Justiça de Mato Grosso suspende Festa sertaneja de R$ 2,2 milhões, que teria Zezé Di Camargo e Naiara Azevedo, após apontar déficit orçamentário e ilegalidade.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) suspendeu a realização da Festa do Peão de Peixoto de Azevedo, após pedido do Ministério Público estadual, que apontou gasto excessivo e possível ilegalidade na contratação de artistas sertanejos para o evento. O investimento total seria de R$ 2,2 milhões, com cerca de 75% do valor destinado a cachês de grandes nomes como Zezé Di Camargo e Naiara Azevedo.
Segundo o MP, o município — que tem menos de 50 mil habitantes — apresentou déficit orçamentário no primeiro semestre de 2025, o que torna incompatível o gasto milionário com a festa. A decisão gerou repercussão regional e nacional, reacendendo debates sobre o uso de recursos públicos em eventos de entretenimento em cidades com dificuldades financeiras.
O caso sobre a Festa Sertaneja também trouxe à tona a discussão sobre limites legais para repasses estaduais a eventos, já que a Lei Estadual nº 12.082/2023 estabelece teto de R$ 600 mil, salvo autorização expressa do governador — documento que não foi apresentado pela prefeitura.
Shows, cachês e a polêmica sobre uso de dinheiro público
O evento, programado para ocorrer entre 27 e 31 de agosto, teria apresentações de artistas renomados e valores expressivos de cachê:
- Zezé Di Camargo: R$ 500 mil
- Naiara Azevedo: R$ 400 mil
- Cleber & Cauan: R$ 270 mil
- Humberto & Ronaldo: R$ 233 mil
- Wesley & Conrado: R$ 120 mil
- Serginho Pinheiro: R$ 50 mil
Para viabilizar o evento, a prefeitura firmou convênio com a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) para receber R$ 2 milhões, além de uma contrapartida municipal de R$ 200 mil. O MP questionou a origem desta contrapartida, já que o município enfrenta desequilíbrio fiscal.
Outro ponto levantado foi a ausência da autorização do governador para o repasse acima do limite estabelecido pela lei estadual. Sem esse documento, o repasse de R$ 2 milhões violaria a legislação vigente, reforçando a ilegalidade apontada na ação.
Com a suspensão, os contratos com os artistas e prestadores de serviço ficam temporariamente sem efeito, até que o caso seja reavaliado. A prefeitura ainda pode recorrer da decisão, mas precisará apresentar justificativas técnicas e legais para tentar reverter a liminar.