Em seu depoimento à Polícia Civil, após matar com 9 tiros o policial militar Thiago Ruiz nesta quinta-feira (27), o policial civil Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves disse que atirou contra a vítima por ter ficado com medo de ser morto, após ter tomado a arma de Thiago. Ele não explicou à Polícia o motivo de ter tomado a arma e ainda negou que se desentendeu com a vítima antes ou que duvidou que fosse policial militar.
O policial civil foi ouvido por volta das 12h57 de ontem (27) na Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), horas após o crime, que ocorreu na madrugada. Ele relatou que estava com um amigo, o advogado Gilson Vasconcelos, e resolveram ir à conveniência do Posto Conti Comigo para comprar cigarro.
Lá ele encontrou Walfredo Raimundo Junior, que teria apresentado Mário a Thiago. O policial civil, porém, disse que não se lembra de terem sido apresentados.
Mário também negou que se “estranhou” com o PM, que teria menosprezado ele ou que duvidou que Thiago fosse policial. Disse que se lembra apenas que a vítima, em determinado momento, levantou a camiseta, mostrando uma cicatriz, e deixou sua arma a vista.
O policial então tomou a arma do PM, sacou a sua própria, mas não se lembra do que disse, acredita que se identificou como policial civil. Ele não diz em seu depoimento o motivo de ter tomado a arma.
Continuou dizendo que guardou sua própria arma na cintura e então Thiago avançou contra ele, para pegar sua arma de volta.
O policial civil disse que começaram a brigar, sendo que Thiago deu uma “gravata” nele e ele caiu ao chão. Afirmou que percebeu que a arma do PM foi retirada de sua mão, mas não viu quem foi. Ele presumiu que estava com a vítima.
Mário disse que então sacou sua arma e começou a efetuar disparos contra Thiago, acreditando que ele estava armado, alegando que ficou com medo de morrer. Ele disparou até a arma ficar sem balas.
Walfredo então teria dito “poxa cara, olha o que você fez”. O policial chamou seu amigo Gilson para ir embora e no caminho ligou para o delegado Guilherme Bertoli, seu chefe imediato e amigo, para dizer que iria se entregar. O policial civil foi para a casa de Gilson e lá encontrou o delegado, que depois o acompanhou até a delegacia.
Outras testemunhas afirmaram que o policial desconfiou sim de Thiago e tomou a arma dele por acreditar que não era PM. Mário segue preso e deve passar por audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (28).